segunda-feira, 14 de junho de 2010

O TREM DO FORRÓ - RECIFE - PE

.





O TREM DO FORRÓ










Considerado um dos símbolos do São João pernambucano, o "Trem do Forró" percorrerá nos fins de semana de junho os trilhos rumo ao litoral sul do estado, envolvendo os passageiros no mais autêntico pé-de-serra. A viagem de ida e volta, que sai do Marco Zero, no centro histórico do Recife, até o Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul, dura cerca de cinco horas. A locomotiva parte às 16h do Recife Antigo, mas a concentração começa uma hora antes, com a apresentação de quadrilhas juninas e animadores. O local também oferece feirinha de artesanato e comidas típicas. Depois do embarque, a festa continua no interior de cada um dos vagões, que são decorados com enfeites juninos e que recebem também a apresentação de trios de forró pé-de-serra. O Trem do Forró é formado por duas locomotivas e por até dez vagões de passageiros, totalmente decorados com enfeites juninos.










Chegando ao Cabo de Santo Agostinho, os visitantes são recebidos no Pátio de Lazer do Mercadão, com diversas atrações, de forró pé-de-serra a apresentação de bandas de pífanos, bacamarteiros e quadrilhas juninas, bem como feira de artesanato e comidas típicas.



















A atração, que já faz parte do calendário de festas juninas do estado tem capacidade para transportar até mil pessoas por dia.













Os vagões, são adaptados para que haja espaço de sobra para dançar, são embalados por trios de forró pé-de-serra. Com capacidade para até mil pessoas, o trem sai da praça do Marco Zero, no Recife Antigo, em direção a Cabo de Santo Agostinho, a 42 km (cerca de 2h30). Lá, é recebido por bandas de pífanos, quadrilhas e bacamarteiros.







O TREM DO FORRÓ










Custo: R$75,00 (ida e volta).
Saídas todos os fins de semana de junho/2010, às 16h.
Infs.: 81 - 3423-5000 ou no site tremdoforro.com.br





*
**
***

sábado, 5 de junho de 2010

PONTES DO RECIFE

.





As Pontes do Recife











Numa cidade conhecida como a Veneza Brasileira era de se esperar que a sua paisagem fosse dominada por inúmeros canais e rios, e por pontes que causassem suspiros. Pois é exatamente isso que se vê: dezenas de lindas pontes, cortando inúmeros rios e canais, provocando admiração em turistas e recifenses.









Há alguns anos, foi realizada uma pesquisa entre os habitantes do Recife para escolher o símbolo da cidade, e as pontes ganharam disparadamente! São 49 construções desse tipo, algumas com nomes esquisitos como a do Motocolombó, sobre o rio Tejipió. Outras, suntuosas como a Buarque de Macedo (1845), a mais extensa do Centro, e a Maurício de Nassau, que lembram (guardando as devidas proporções) as pontes de Praga, com as cabeceiras dominadas por grandes estátuas de ferro. E falando nela, a bela ponte Maurício de Nassau é também a mais antiga do Brasil. A original foi construída pelo tal conde holandês em 1643, para ligar o Recife à cidade Maurícia. Em 1917, foi construída uma nova no mesmo local.








Provavelmente a mais linda de todas é a ponte Velha (ou 6 de Março) de 1921, com seus lampiões e proteções de ferro bordadas. A original foi construída pelos holandeses em 1643. Destaque também merece a ponte de ferro D. Pedro II ou da Boa Vista (reconstruída em 1876), entre as ruas Nova e da Imperatriz, que foi a segunda construída pelos flamengos no Recife.





A iluminação noturna das pontes Duarte Coelho (1884) e Princesa Isabel (1863), refletida no rio Capibaribe é de embasbacar. Dessas duas se tem a melhor vista do casario da rua da Aurora, um dos cartões postais da cidade. A ponte Princesa Isabel foi projetada pelo arquiteto francês Louis Vauthier.







Tem até uma ponte giratória (a 12 de Setembro), para a entrada dos navios nos cais internos e que hoje não gira mais. Porém, as maiores de todas,além da Buarque de Macedo, são a ponte do Limoeiro, sobre o rio Beberibe e que liga o “continente” ao Recife Antigo; e as pontes do Pina (Agamenon Magalhães) e Nova do Pina (Paulo Guerra), sobre o rio Pina, e que ligam o Centro aos bairros da Zona Sul.








Esse roteiro pode ser feito por cima das pontes a pé ou de carro, e também por baixo, em um catamarã que sai do Cais de Santa Rita e vai navegando Recife a dentro.


(fonte: Overmundo)
*

sexta-feira, 4 de junho de 2010

*




REVISTA FOCO
Edição: Out/2009

Poetas de ontem, hoje e sempre.

Por Henriques do Cerro Azul






Hoje falarei de um poeta de ontem, Francisco Henrique Leite, depois Francisco Leite Serra Azul, que nasceu em Aurora, Ceará, no dia 3 de maio do ano de 1893, e faleceu em 1985. Era filho de José Henrique dos Santos e de Joaquina Leite dos Santos, sendo seus avós paternos Vitoriano Henrique dos Santos e Isabel Benício dos Santos, e avós maternos Manuel Luciano Teixeira Leite e Maria Leite Félix Soares. Vai este registro para aqueles que gostam de pesquisas familiares e se distraem com registros desse teor, nos locais da origem do biografado. Cedo ganhou mundo, como autodidata, mestre escola e cantador, casando-se no Distrito de Serra Azul, em Quixadá, tornando-se, em Fortaleza, conhecido como poeta Serra Azul, nome pelo qual ficou conhecido e que adotou. A notícia vem a propósito de que no dia 3 de novembro deste ano a família do poeta estará lançando a 2ª edição de seu livro Natureza Ritmada, num shopping da Aldeota, em Fortaleza, pela Oboé. Nada mais justo que esta página hoje trate desse livro, que incluiu seu livro anterior, Alfabeto das Musas, editado em 1924. Esse livro começa com o soneto O que diria Virgílio..., que assim expõe o resumo do conteúdo da publicação:

Teu livro, Serra Azul, em que constelas
as letras do ABC com várias cores,
É um pedaço de céu que tu revelas,
Dos teus altos ideais encantadores.

Não sei se é um céu com vinte e sete estrelas,
Ou se é um jardim com vinte e sete flores
O teu solar com as vinte e sete belas
Musas, com seus miríficos fulgores.

As vinte e sete virgens que descreves,
Não são moças humanas, são senhoras
vaporosas, sutis, fluidas e leves...

Vai continuando assim o teu idílio
Só com essas fantásticas pastoras
E aceita os parabéns do teu Virgílio

Esse é o preâmbulo do livro. A seguir vem a descrição das musas, iniciando com a Incógnita e a seguir, na ordem alfabética com Alice, Beatriz, Carmem, Dolores, etc. Incógnita é a homenagem à pessoa real da filha do Poeta, que se chamava Letícia. Vejamos esse soneto:

Procuro-a em vão por toda a parte. Visse-a
Hoje e pudesse conquistá-la em breve!
É uma virgem sem mácula, mais leve
Que o ar e mais sutil que uma carícia.

De uma igual formosura ninguem teve
Jamais lembrança e não terá notícia!...
Pois essa graça que se não descreve,
Só a encontro nos olhos de Letícia.

Mas que fazer? Sei que a outra não existe.
Nesse vale de lágrimas tão triste,
É impossível haver tal maravilha!

Julgando-a a Deusa da felicidade,
Me atribuo, por isto, a dignidade
De compará-la assim com minha filha.

As particularidades que notamos neste soneto são muitas. Como todos os sonetos do Alfabeto das Musas, é feito com versos decassilábicos sáficos (1º, 2º, 6º, 7º) ou heróicos (3º, 4º). Vemos que o 1º verso é uma rima composta. A rima do 5º verso é metafônica. A colocação pronominal clássica do 7º verso (“que se não descreve”) não é fruto do pedantismo gramatical, mas obedece à exigência do ritmo do verso sáfico. Vejamos agora o soneto Alice:

... Enfim não houve céu que eu não subisse,
Campos de flores que eu não percorresse,
Mares e abismos a que eu não descesse,
A ver se achava o que imitava Alice.

Cheguei ao mar e a pérola me disse:
“Quem sou eu? Ah! Se tal me parecesse!”
Nem houve flor que inveja não tivesse,
Nem estrela que ciúme não sentisse.

E na jornada espiritual que à face
De tudo andei, ninguém achei que fosse
Digno de que com ela eu comparasse.

Não encontrei, nem encontrei quem visse
Formosura no mundo como a doce,
Cheia de graça e angélica Alice.

A particularidade desse soneto é que as rimas são asse, esse, isse e osse, com rimas metafônicas apesar de homográficas. É um exemplo de prosopopeia e de mesodiplose. Vejamos agora o soneto Beatriz:

É mais formosa que a Beatriz do Dante,
Porque, se aquela fosse assim tão bela,
O poeta não teria tido aquela
visão de inferno e glória ao mesmo instante

Porque quem vir Beatriz, estou que cante
Somente a glória que ela vive, em si, revela
E só poderá ver inferno adiante
Ou purgatório, estando ausente dela.

Assim, para a beleza ser completa,
É preciso ter na alma a formosura
Que se ajuste à do corpo em linha reta.

E esta Beleza da alma se apresenta
Em Beatriz, na virtude e na ternura
De que a beleza dela se ornamenta.

Alusão ao poeta Dante, autor da Divina Comédia, o qual foi guiado por Beatriz. Há neste soneto também a figura de linguagem chamada de ironia. Depois falaremos sobre mais sonetos do mesmo autor.




*