domingo, 4 de agosto de 2013

ESCALA GEOLÓGICA DE TEMPO

.

ESCALA GEOLÓGICA DE TEMPO





Uma pequena viagem no tempo


  A Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos (imagine isso... Ui!) e durante todo esse tempo sofreu diversas transformações de amplitude global que deixaram marcas bastante definidas nas rochas que a compõem.

Identificando tais marcas, é possível hoje em dia dividir a  história da Terra em diversos períodos geológicos, distintos entre si, montando, assim, uma Escala Geológica de Tempo.

Nessa Escala representamos a passagem do tempo no sentido de baixo para cima, ficando na parte de baixo o representante mais velho. Esta, aliás, é a forma como as rochas normalmente se apresentam na natureza: a mais nova acima da mais velha.

Desta forma, na Escala acima, a Era Arqueana é mais velha que a Proterozóica e é mais nova que a Hadeana.

Como é muito difícil raciocinar com intervalos de tempo da ordem de milhões de anos (veja a coluna 3), convertemos a nossa Escala Geológica em um período de apenas 24 horas (coluna 4)... na coluna 5 vemos a duração de cada período geológico na mesma escala de 24 horas (um dia).

Agora, vamos nos imaginar em uma máquina do tempo  que pode deslocar-se a uma absurda velocidade de 52.083 anos por segundo... dessa forma, a cada 19,2 segundos percorreremos um milhão de anos.

Iniciaremos, assim, a nossa viagem às 0:00 hs, quando a Terra foi formada (há 4,5 bilhões de anos), e vamos nos deslocar para o presente, de baixo para cima na Escala, até o fim do Quaternário, sabendo de antemão que levaremos exatas 24 horas nessa viagem virtual...

As primeiras 3:44 horas de nossa viagem serão, certamente, as mais monótonas de todas.

Veremos o planeta ser formada a partir de poeira e gás, resultando em uma massa disforme em ebulição - uma verdadeira visão do inferno (Hadeano), sendo bombardeada por uma incessante chuva de meteoros e cometas. Um importante evento, contudo, justificará a nossa espera, quando uma grande colisão com um planetóide errante arrancará milhões de pedaços do planeta. Parte desses destroços ficarão em sua órbita e acabarão por juntar-se, formando a nossa Lua.

Gradativamente o planeta perderá calor, permitindo que o vapor de água exalado dos vulcões e oriundos dos cometas forme as primeiras chuvas, de modo que por volta das 4:00 horas já veremos um imenso oceano cobrindo toda a Terra, ainda bastante quente (Arqueano)...

Fique atento agora, pois em algum momento entre as 5 e 6 horas da manhã, acontecerá um milagre: surgirão as primeiras formas de vida (as bactérias)... e que dominarão sozinhas o planeta até as 21:00 horas (fim do Proterozóico).   

Até agora estivemos visitando o chamado Pré-Cambriano, que cobriu quase 90%  da história da Terra (aproximadamente 21 horas da nossa viagem na  escala do tempo, veja a Distribuição Percentual das Eras Geológicas).

A partir das 21:06 hs não poderemos nem piscar os olhos, pois tudo começará a acontecer de forma muito rápida. Entramos no Paleozóico (paleo  = antigo + zoico  = vida), que se estenderá até as 22:28 hs e que,  por ter sido tão rico em eventos, teve que ser dividido em 6 períodos bem distintos (veja a Escala acima)...

A atividade vulcânica, no Paleozóico, está bem mais amena, alternando-se períodos de calmaria  com grandes explosões em todo o planeta.

Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos surgirão ainda no Cambriano, mas teremos que esperar pelo menos 12 minutos (até o Ordoviciano) para vermos as primeiras plantas terrestres.

O clima irá mudar com tanta frequência que provocará sucessivas extinções em massa de espécies recém surgidas. Como agora as espécies passam a apresentar partes duras (conchas, dentes, etc.), algumas delas poderão ser preservadas como fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo por uma outra espécie ainda muito distante.

Finalmente os continentes serão invadidos por insetos... milhões e milhões de diferentes espécies de insetos, alguns dos quais sobreviverão até o fim da nossa viagem.

Fique atento ao período Devoniano (por volta das 21:50 hs) pois uma grande catástrofe ecológica irá dizimar quase 97% de todas as espécies existentes. Passados mais 10 minutos, no Carbonífero, grandes florestas  e pântanos serão formadas e destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.

Às 22:41 hs entraremos na Era Mesozóica (a era dos repteis) que durará pouco menos que uma hora (180 milhões de anos).

No início do Mesozóico iremos assistir à formação de um supercontinente, chamado hoje de Pangea, que será depois dividido em dois grandes continentes que passarão a ser conhecidos como Laurásia, ao norte, e Gonduana, ao sul.

Assistiremos, também, ao surgimento de uma imensa variedade de dinossauros, herbívoros em sua maioria, que  reinarão no planeta durante mais de 160 milhões de anos.

Por volta das 23:39 hs, porém, um meteoro de pelo menos 15 km de diâmetro irá atingir a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera. Uma grande noite irá abater-se sobre o planeta, impedindo a fotossíntese das plantas, que não poderão alimentar os herbívoros, que por sua vez não poderão servir de alimento aos carnívoros...

Pelo menos a metade das espécies existentes irá ser extinta nessa grande catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciem o seu reinado, que perdurará até os dias atuais...

Faltando pouco mais que 20 minutos para o fim da nossa viagem entraremos na Era Cenozóica, e assistiremos à fragmentação dos grandes continentes até a conformação atual.

A América do Sul irá separar-se da África, surgindo o Oceano Atlântico Sul; a Austrália será separada da Antártica e a América do Norte irá separar-se da Europa. Grandes cadeias de montanhas serão formadas nessa deriva continental e novos ecossistemas serão formados e isolados dos demais, permitindo a especialização de algumas espécies...

Por volta das 23:59:57 (150.000 anos atrás)  faltando apenas 3 segundos para o término de nossa exaustiva viagem, veremos os primeiros grupos de Homo Sapiens  caçando no continente africano. Essa nova espécie sobreviverá à última glaciação e migrará apressadamente para os demais continentes, sem se incomodar com as características particulares de cada ambiente nem com o delicado equilíbrio conseguido ao longo do tempo.

Dominará todas as outras espécies e até mesmo provocará o desaparecimento de algumas delas, e começará a usar a escrita e, portanto, a fazer História, no último décimo do último segundo...

Se for possível desacelerar a nossa máquina do tempo   nesse décimo de segundo final, talvez até consigamos ver o mais jovem dos mamíferos criar artefatos capazes de destruir tudo e, milagrosamente, lançar-se em direção ao espaço para deixar as suas primeiras pegadas na Lua...  O HOMEM!





Fonte:
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral




* * * * *
* * *
* *
*




Nenhum comentário:

Postar um comentário