sábado, 31 de agosto de 2013

ENVELHECER

ENVELHECER

Não importa sua idade. 
Estamos envelhecendo. Não nos preocupemos! De que adianta, é assim mesmo. Isso é um processo natural. É uma lei do Universo conhecida como a 2ª Lei da Termodinâmica ou Lei da Entropia. Essa lei diz que: A energia de um corpo tende a se degenerar e com isso a desordem do sistema aumenta. Portanto, tudo que foi composto será decomposto, tudo que foi construído será destruído, tudo foi feito para acabar.
Como fazemos parte do universo, essa lei também opera em nós. Com o tempo, os membros se enfraquecem, os sentidos se embotam.   Sendo assim, relaxe e aproveite. Parafraseando Freud: “A morte é o alvo de tudo que vive”. É isso que acontece a nós.

O conselho é: Viva! Faça apenas isso. Preocupe-se com um dia de cada vez. Como disse um dos meus amigos a sua esposa: “me use, estou acabando!”. Hilário, porém realista.    

Ficar velho e cheio de rugas é natural. Não queira ser jovem novamente, você já foi. Pare de evocar lembranças de romances mortos, vai se ferir com a dor que a si próprio inflige. Já viveu essa fase. Reconcilie com a sua situação e permita que o passado se torne passado. Esse é o pré-requisito da felicidade. “O passado é lenha calcinada. O futuro é o tempo que nos resta: finito, porém incerto”, como já dizia Cícero. Abra  mão daquela beleza exuberante, da memória infalível, da ausência da barriguinha, da vasta cabeleira e do alto desempenho, pra não se tornar caricatura de si mesmo. Fazendo isso ganhará qualidade de vida. Querer reconquistar esse passado seria um retrocesso e o preço a ser pago será muito elevado. Serão muitas plásticas, muitos riscos e mesmo assim você verá que não ficou como outrora. A flor da idade ficou no pó da estrada. Então, para que se preocupar?! Guarde os bisturis e toque a vida.

Você sabe quem enche os consultórios dos cirurgiões plásticos? Os bonitos. Você nunca me verá por lá. Para o bonito, cada ruga que aparece é uma tragédia, para o feio ela é até bem vinda, quem sabe pode melhorar, ele ainda alimenta uma esperança. Os feios são mais felizes, mais despreocupados com a beleza.  Na verdade, ela nunca lhes fez falta, utilizaram-se de outros atributos e recursos. Inclusive tem uns que melhoram na medida em que envelhecem. Para que se preocupar com as rugas, você demorou tanto para tê-las! Suas memórias estão salvas nelas. Não seja obcecado pelas aparências, livre-se das coisas superficiais. O negócio é zombar do corpo disforme e dos membros enfraquecidos.
Essa resistência em aceitar as leis da natureza acaba espalhando sofrimento por todos os cantos. Advêm consequências desastrosas quando se busca a mocidade eterna, as infinitas paixões, os prazeres sutis e secretos, as loucas alegrias e os desenfreados prazeres. Isso se transforma numa dor que você não tem como aliviar e condena à ruína sua própria vida.         

Discreto, sem barulho ou alarde, aceite as imposições da natureza e viva a sua fase. Sofrer é tentar resgatar algo que deveria ter vivido e não viveu. Se não viveu na fase devida, o melhor a fazer é esquecer. A causa do sofrimento está no apego, está em querer que dure o que não foi feito para durar. É viver uma fase que não é mais sua. Tente controlar essas emoções destrutivas e os impulsos mais sombrios. Isso pode sufocar a vida e esvaziá-la de sentido. Não dê ouvidos a isso, temos a tentação de enfrentar crises sem o menor fundamento. Sua mente estará sempre em conflito se ela se sentir insegura. A vida é o que importa; concentre-se nisso. A sabedoria consiste em aceitar nossos limites.

Você não tem de experimentar todas as coisas, passar por todas as estradas e conhecer todas as cidades. Isso é loucura, é exagero. Faça o que pode ser feito com o que está disponível. Quer um conselho? Esqueça. Para o seu bem, esqueça o que passou. Têm tantas coisas interessantes para se viver na fase em que está. Coisas do passado não te pertencem mais. Se você tem esposa e filhos experimente vivenciar algo que ainda não viveram juntos, faça a festa, celebre a vida. Agora você tem mais tempo, aproveite essa disponibilidade e desfrute. Aceitando ou não, o processo vai continuar. Assuma viver com dignidade e nobreza a partir de agora. Nada nos pertence.


Tive um aluno com 60 anos de idade que nunca havia saído de Belo Horizonte. Não posso dizer que pelo fato de conhecer grande parte do Brasil sou mais feliz que ele. Muito pelo contrário, parecia exatamente o oposto. O que importa é o que está dentro de nós. A velha máxima continua atual como nunca: “quem tem muito dentro precisa ter pouco fora”. 


Esse é o segredo de uma boa vida.





(Pachecão - Prof. de Física e Matemática,Belo Horizonte-MG)




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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

LINGUAGEM DOS TALHERES

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LINGUAGEM DO PRATO E DOS TALHERES

DICA






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sábado, 17 de agosto de 2013

CACHAÇA


CACHAÇA - BRAZILIAN RHUM - A MARVADA 




Se for dirigir, nem pense nela. Se não for, talvez seja a hora de conhecer melhor (devagar, é claro…) essa bebida que nasceu com o Brasil há 500 anos e agora apronta uma revolução. Amada e maltratada, a cachaça cansou de ser só “a marvada”, o “brazilian rhum”. E foi buscar selos de Indicação Geográfica que atestam sua indiscutível nobreza para exigir ser nada menos que a primeira-dama das bebidas brasileiras. Nessa empreitada, moderação só na hora de beber.
Com certo atraso, e lá se vão quase 500 anos, o Brasil está descobrindo a cachaça. E agora quer que o mundo a conheça também. Poucos produtos carregaram a carga simbólica (para o bem e para o mal) de ser algo intrinsecamente brasileiro, nascido, fermentado e destilado quando o próprio País nascia, crescia e construía sua identidade.
As histórias do Brasil e da cachaça são indissociáveis. Estão tão entrelaçadas que só agora, quando o País redescobre seus produtos, sua cozinha, a cachaça vem se desvencilhando de estigmas e está entrando com tudo no radar.
No ano passado, Salinas, uma das regiões produtoras mais importantes do País, recebeu do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) o selo de Indicação Geográfica, uma garantia de que métodos tradicionais de produção continuam a ser utilizados. A cidade de Paraty foi a primeira região a receber o selo, em 2007.
A partir deste ano, a cachaça também entrará no mercado americano ostentando no rótulo seu nome original: cachaça. Até o ano passado, quando o acordo entre Brasil e Estados Unidos foi assinado, a bebida recebia a escalafobética denominação de “brazilian rhum”.
Com o acordo, acredita-se que os impostos cobrados pela cachaça no mercado americano terão uma redução de 40%. Segundo o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), os produtores brasileiros têm potencial para ganhar uma grande fatia do mercado americano (atualmente, o maior importador de cachaça é a Alemanha).
De olho nos Estados Unidos, uma grande marca contratou como garoto-propaganda o ator John Travolta, para sambar e tomar cachaça nas areias cariocas.

Antes de tudo, porém, é importante entender o que é cachaça. Toda cachaça é uma aguardente, mas nem toda aguardente é uma cachaça. Aguardente de cana é um destilado feito com mosto fermentado de cana-de-açúcar ou destilado simples de cana-de-açúcar com graduação alcoólica entre 38% e 54%. Cachaça é produzida unicamente no Brasil, feita com mosto fresco fermentado obtido do caldo de cana-de-açúcar e tem graduação alcoólica entre 38% e 48%. E o rum? Rum não tem nada a ver com essa história. Embora seja parente da cachaça, é feito com melaço da cana fermentado e destilado. Já pinga é só um dos mais de 700 sinônimos (muitos deles engraçadíssimos, alguns impublicáveis), pelos quais a cachaça é conhecida.
Em um cenário com estimados 40 mil produtores e 5 mil marcas registradas, pouquíssimos Estados da federação não produzem cachaça – e eles estão na Região Norte do Brasil. Cerca de 44% da produção nacional vem de São Paulo. Ceará e Pernambuco produzem 12%, enquanto Paraíba, Minas Gerais e Rio de Janeiro, 8%. O Paraná fica com 4%. Em Minas, quase 50% de toda a produção de cachaça é de alambique.
O mundo da cachaça é vasto e pouco explorado. Ainda existem mais perguntas que respostas. Essas, certamente, virão com estudos e pesquisas que dirão quais as melhores madeiras para envelhecê-la (mais de 30 já são usadas) e o que cada uma delas confere à bebida. É possível falar em terroir para cachaça? Muitos acreditam que sim, outros categoricamente afirmam que não, mas não há argumentos suficientemente sólidos. Por enquanto, essa é uma das muitas questões que pairam no ar e só começarão a ser respondidas depois de muita pesquisa e estudo.
Enquanto as respostas não vêm, não é preciso deixar de beber. Por isso, o Paladar preparou um bê-á-bá da cachaça. Leia sem moderação:

A HISTÓRIA DA CACHAÇA
As primeiras mudas de cana-de-açúcar, planta natural do Sudeste Asiático, chegaram ao Brasil em 1531, com a expedição de Martim Afonso de Sousa pelo litoral paulista. O colonizador português fundou a Vila de São Vicente e foi ali que mandou construir os primeiros de açúcar.
Na bagagem dos portugueses também vieram alambiques de destilação, que logo passaram a ser usados para produzir o ancestral da cachaça, o “vinho da terra”, também conhecido como “jeribita”, feito com o caldo da cana-de-açúcar. Não há como saber com precisão, mas é muito provável que ali, no litoral paulista, tenham sido destiladas as primeiras cachaças.
Então conhecida como vinho da terra, logo a bebida ganhou nome próprio: cachaça. O batismo vem da palavra espanhola cachaza (vinho inferior) e, vejam só, já nasceu estigmatizada.
Para todo gosto. Clarinha, amarelinha, mais escura, pura, mista: o que se imaginar em termos de cachaça é provável que já exista.
De São Vicente, o cultivo e a fabricação chegaram a Paraty e a cidade virou sinônimo de cachaça. “Vestiu uma camisa listrada e saiu por aí / Em vez de tomar chá com torrada ele bebeu parati”, já cantava Carmen Miranda sobre o folião de Camisa Listrada, na canção de Assis Valente.
Não demorou nada para a cachaça cair no gosto popular. Antes bebida de índios e escravos, se tornou um importante negócio, prejudicando os lucros da metrópole (parte da cana que antes virava açúcar começou a virar cachaça) a ponto de Portugal resolver proibir, pela primeira vez em 1649, a produção do vinho da terra em todo o País.
A proibição não adiantou. A cachaça continuou sendo produzida e, em 1800, já era até moeda de troca no comércio de escravos. Mas talvez venha daí a expertise na fabricação clandestina que Câmara Cascudo descreveu em História da Alimentação no Brasil. “Alguns trabalhavam durante a noite, madrugada, com a destilação, os alambiques escondidos e disfarçados no mato como princesa encantada”.
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Cabeça, coração e cauda
Essas três palavras identificam diferentes frações durante o processo de destilação da cachaça de alambique. A cabeça surge logo no início da destilação. Costuma abarcar 5% do volume total destilado e tem alta concentração de álcool (por volta de 60%) e alto teor de metanol, acetaldeído (vilões da famosa dor de cabeça) e acetato de etila. A cabeça pode ser transformada em etanol ou ser usada como desinfetante. Não é para beber, ou, ao menos, não deveria ser.
O coração compreende 80% do vinho destilado e tem graduação alcoólica entre 60% e 40%. É a melhor parte do destilado, da qual se faz a boa cachaça.
Já a cauda costuma ser os 15% restantes da destilação. Tem graduação alcoólica entre 38% e 15% e também pode ser transformada em álcool. As colunas de destilação, usadas no processo industrial da cachaça, não separam essas frações.
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Para entender o rótulo
Só podem exibir no rótulo a classificação Envelhecida, Premium e Extra Premium cachaças que tiveram tonéis lacrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Envelhecida: Deve ter, no mínimo, 50% de cachaça envelhecida em madeira com capacidade máxima de 700 litros, por pelo menos 1 ano.
Premium: É composta por 100% de cachaça envelhecida em madeira, com capacidade máxima de 700 litros, por no mínimo 1 ano.
Extra Premium: Tem 100% de cachaça envelhecida em recipiente de madeira, com capacidade de 700 litros, por no mínimo 3 anos.

Prata, Clássica e Tradicional identificam a cachaça sem alteração na coloração após a destilação. Podem ter sido armazenadas em tonéis de madeira ou não.
Ouro é a classificação dada a cachaça armazenada em madeira com alteração na cor.

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Qual é a melhor para caipirinha? 

Contrariando o senso comum, o bartender Jean Ponce, do restaurante D.O.M., acredita que a melhor cachaça para fazer caipirinha será sempre a melhor cachaça que você tiver à mão. Diz que essa pergunta não é simples. “Vou contra algumas regras preestabelecidas, como a ideia de que cachaça envelhecida não combina com limão e açúcar. Isso não vale para todas – as envelhecidas em amburana não combinam mesmo com limão, mas em bálsamo e carvalho, sim. Gosto de caipirinha com cachaça envelhecida de 3 a 10 anos em tonéis de bálsamo. É espetacular”.
Entusiasta da cachaça, Ponce mantém 12 rótulos no bar do D.O.M. “Temos bebidas de várias partes do mundo, mas sempre que sobra espaço na prateleira, acrescento mais uma cachaça”, diz. Para fazer uma boa caipirinha com cachaça envelhecida, ele sugere a Serra das Almas, da Chapada Diamantina, e a Encantos da Marquesa, de Taboeiras, cidade próxima à Salinas.
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Essa tem cheiro de ressaca…
Antes de tomar um gole, aproxime o copo do nariz e concentre-se nos aromas. O perfume de uma boa cachaça é agradável. Se não for, a bebida tem defeitos – e os defeitos e contaminações são bem fáceis de identificar. Isso porque alguns aromas funcionam como verdadeiros arautos de uma ressaca daquelas. Os problemas de contaminação em cachaças de alambique, além da mistura das frações cabeça, coração e cauda nas cachaças industriais, costumam ser os responsáveis por aquela explosiva dor de cabeça – mesmo que se tenha bebido com moderação.
No destilado de cana, determinados compostos químicos em excesso cheiram mal e são bem perceptíveis. Os aromas que prenunciam a ressaca são maçã podre (acetaldeído); vinagre (ácido acético); cola (acetato de etila); sabão (ácido decanóico sulfúrico); enxofre (dióxido de enxofre); ovo podre (sulfeto de hidrogênio); cebola (presença de etanotiol), couve-flor (disulfereto de dimetilo) e cavalo (etil fenol). Tudo isso é defeito. Não cabe no copo do bom bebedor de cachaça.
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Para degustar (sem fazer biquinho)
Uma breve análise visual e aromática pode dizer muito sobre a bebida à mesa. É assim com vinho, com cerveja e com a cachaça:
Olhe. No copo, observe o rosário, as lágrimas. Uma cachaça bem destilada é límpida, não pode ser turva.
Cheire. Os aromas de uma boa cachaça são agradáveis, alcoólicos sim, mas sem serem agressivos.
Beba. Uma bebida bem destilada, mesmo com altas graduações alcoólicas, não é violenta e não desce arranhando a garganta. Para ter uma percepção ainda maior de aromas, corpo e álcool na boca, faça o seguinte: tome um gole, feche os lábios e expire pelo nariz. Os aromas e o sabor ficam mais perceptíveis assim. Ah, e saúde!




MAPA DAS MINAS


Faz três anos que a cachaça começou a ser colocada no mapa – mais exatamente no Mapa da Cachaça. O projeto que está mapeando a produção da bebida no Brasil nasceu depois que o produtor multimídia Felipe Jannuzzi leu Vinho e Guerra (2002), de Don e Petie Kladstrup, que conta as estratégias dos vinicultores franceses para esconder dos nazistas suas melhores garrafas. Na época, Felipe e sua sócia, Gabriela Barreto, queriam contar uma história bem brasileira.

Assim, nasceu, em julho de 2010, o Mapa da Cachaça, inicialmente como repositório online de vídeos feitos pela dupla sobre produtores e alambiques (os alambiques são situados em um mapa do Brasil). O projeto cresceu, ganhou fichas detalhadas sobre cachaças, receitas, álbum de rótulos, indicações de bares e lojas, agenda de eventos. E tudo é colaborativo, ou seja, todos podem, além de consultar, contribuir com o conteúdo. Já são mais de 600 bebidas cadastradas, entre cachaças e licores, e 300 produtores.
O projeto chegou também ao mundo offline. Em parceria com chefs, produtores e sommeliers, a dupla promove degustações. Depois de lançar um CD com músicas instrumentais inspiradas nos rituais da bebida, estão trabalhando em uma série para um canal de tevê pago e um guia dos melhores lugares para beber caipirinha nas cidades sede da Copa do Mundo.

PINGA ATÉ NO NOME
Paraty sedia um dos mais antigos festivais de cachaça do Brasil – o Festival da Cachaça, Cultura e Sabor de Paraty. Em 2013, será sua 31ª edição, que começa dia 15/08 quinta e vai até o dia 18/08 domingo. O evento já se chamou Festival da Pinga, mas hoje engloba outros elementos da gastronomia paratiense. No ano de 2013 o público poderá provar, por exemplo, espetinhos de cana-de-açúcar e queijos produzidos na região. Na época da colônia, a palavra “parati” já foi sinônimo de cachaça. Mais tarde, virou música interpretada por Carmen Miranda. A cidade chegou a ter 160 engenhos de aguardente no século 18. Desses, cinco funcionam até hoje, fazendo a mesma bebida de 200 anos atrás. Atualmente, há sete produtores de cachaça na cidade. A compra da caneca do evento (R$ 10) dá direito a uma dose. Depois, as doses são pagas separadamente. Haverá uma tenda de hidratação, com sombra e água fresca, para aqueles que exagerarem na degustação.

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Fonte: Estadão/Paladar
(Cíntia Bertolino, Carla Peralva, Taisa Sganzerla)
(Fotos: Tiago Queiroz, Filipe Araujo)





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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

PIRÂMIDE ALIMENTAR

PIRÂMIDE ALIMENTAR





Pirâmide Alimentar



Alimentar é dar ao organismo os nutrientes necessários à sua manutenção. Os nutrientes são encontrados nos alimentos, que podem ser tanto de origem vegetal como animal. Os alimentos são partidos em pequenas porções pelos processos de digestão e absorção, que começa na boca, através da mastigação, e termina nos intestinos, onde os nutrientes são absorvidos, para serem usados nas células, tecidos, músculos, órgãos, enfim por todo organismo.


Nenhum alimento conterá todos os nutrientes necessários à manutenção da vida e um mesmo tipo de alimento pode oferecer ao organismo nutrientes em excesso, que podem causar várias doenças. O ideal então é equilibrar a alimentação. A Pirâmide Alimentar foi criada para ajudar e a entender como equilibrar esses alimentos diariamente. Os alimentos são agrupados de acordo com as suas funções e seus nutrientes. 
De acordo com a Universidade de Brasília - Departamento de Nutrição, a pirâmide alimentar é dividida em 8 grupos. Nenhum grupo pode ser utilizado como única fonte dos nutrientes, mesmo por que, nenhum grupo contém todos os nutrientes. 

A pirâmide funciona da seguinte maneira: A base larga indica os alimentos mais necessários e que devem ser mais consumidos, a medida que vai encurtando, vai diminuindo a necessidade de consumir esses tipos de alimentos, chegando até a ponta da pirâmide que indica alimentos que devem ser ingeridos em poucos quantidades. É bom lembrar que todos os alimentos contidos em todos os grupos são importantes, o que muda é a quantidade a ser ingerida. A quantidade é especificada através das porções para cada grupo.

Alimentos como açúcar, as gorduras e o sal podem ser encontrados em vários grupos, por já estarem presentes naturalmente nos alimentos. A ingestão particular desses alimentos, como por exemplo: o sal de cozinha e o açúcar de mesa, devem ser alvos de atenção. Uma vez que o seu excesso pode acarretar vários comprometimentos a saúde. O mesmo vale para as gorduras, principalmente a gordura animal, que é rica em colesterol.

Á água, não faz parte da pirâmide alimentar tradicional, porém alguns nutricionistas defendem que á água é a base da pirâmide, por ser essencial a vida e presente na maioria dos seres vivos. No ser humano, representa até 70% do corpo. A água serve para hidratar o organismo, ajuda a dissolver os alimentos e transportar os nutrientes. Um adulto deve beber de 1 a 3 litros de água por dia.




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sábado, 10 de agosto de 2013

MEU PAI

MEU QUERIDO PAI JOSÉ ZOZA SERRA AZUL





Utopia

 Padre Zezinho

Das muitas coisas
Do meu tempo de criança
Guardo vivo na lembrança
O aconchego de meu lar
No fim da tarde
Quando tudo se aquietava
A família se ajeitava
Lá no alpendre a conversar

Meus pais não tinham
Nem escola, nem dinheiro
Todo dia, o ano inteiro
Trabalhavam sem parar
Faltava tudo
Mas a gente nem ligava
O importante não faltava
Seu sorriso, seu olhar

Eu tantas vezes
Vi meu pai chegar cansado
Mas aquilo era sagrado
Um por um ele afagava
e  perguntava
Quem fizera estrepolia
E mamãe nos defendia
Tudo aos poucos se ajeitava

O sol se punha
A viola alguém trazia
Todo mundo então pedia
Pro papai cantar com a gente
Desafinado
Meio rouco e voz cansada
Ele cantava mil toadas
Seu olhar ao sol poente

Passou o tempo
Hoje eu vejo a maravilha
De se ter uma família
Quanto muitos não a tem
Agora falam
Do desquite ou do divórcio
O amor virou consórcio
Compromisso de ninguém

E há tantos filhos
Que bem mais do que um palácio
Gostariam de um abraço
E do carinho entre seus pais
Se os pais amassem
O divórcio não viria
Chamam a isso de utopia
Eu a isso chamo paz.



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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

domingo, 4 de agosto de 2013

ESCALA GEOLÓGICA DE TEMPO

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ESCALA GEOLÓGICA DE TEMPO





Uma pequena viagem no tempo


  A Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos (imagine isso... Ui!) e durante todo esse tempo sofreu diversas transformações de amplitude global que deixaram marcas bastante definidas nas rochas que a compõem.

Identificando tais marcas, é possível hoje em dia dividir a  história da Terra em diversos períodos geológicos, distintos entre si, montando, assim, uma Escala Geológica de Tempo.

Nessa Escala representamos a passagem do tempo no sentido de baixo para cima, ficando na parte de baixo o representante mais velho. Esta, aliás, é a forma como as rochas normalmente se apresentam na natureza: a mais nova acima da mais velha.

Desta forma, na Escala acima, a Era Arqueana é mais velha que a Proterozóica e é mais nova que a Hadeana.

Como é muito difícil raciocinar com intervalos de tempo da ordem de milhões de anos (veja a coluna 3), convertemos a nossa Escala Geológica em um período de apenas 24 horas (coluna 4)... na coluna 5 vemos a duração de cada período geológico na mesma escala de 24 horas (um dia).

Agora, vamos nos imaginar em uma máquina do tempo  que pode deslocar-se a uma absurda velocidade de 52.083 anos por segundo... dessa forma, a cada 19,2 segundos percorreremos um milhão de anos.

Iniciaremos, assim, a nossa viagem às 0:00 hs, quando a Terra foi formada (há 4,5 bilhões de anos), e vamos nos deslocar para o presente, de baixo para cima na Escala, até o fim do Quaternário, sabendo de antemão que levaremos exatas 24 horas nessa viagem virtual...

As primeiras 3:44 horas de nossa viagem serão, certamente, as mais monótonas de todas.

Veremos o planeta ser formada a partir de poeira e gás, resultando em uma massa disforme em ebulição - uma verdadeira visão do inferno (Hadeano), sendo bombardeada por uma incessante chuva de meteoros e cometas. Um importante evento, contudo, justificará a nossa espera, quando uma grande colisão com um planetóide errante arrancará milhões de pedaços do planeta. Parte desses destroços ficarão em sua órbita e acabarão por juntar-se, formando a nossa Lua.

Gradativamente o planeta perderá calor, permitindo que o vapor de água exalado dos vulcões e oriundos dos cometas forme as primeiras chuvas, de modo que por volta das 4:00 horas já veremos um imenso oceano cobrindo toda a Terra, ainda bastante quente (Arqueano)...

Fique atento agora, pois em algum momento entre as 5 e 6 horas da manhã, acontecerá um milagre: surgirão as primeiras formas de vida (as bactérias)... e que dominarão sozinhas o planeta até as 21:00 horas (fim do Proterozóico).   

Até agora estivemos visitando o chamado Pré-Cambriano, que cobriu quase 90%  da história da Terra (aproximadamente 21 horas da nossa viagem na  escala do tempo, veja a Distribuição Percentual das Eras Geológicas).

A partir das 21:06 hs não poderemos nem piscar os olhos, pois tudo começará a acontecer de forma muito rápida. Entramos no Paleozóico (paleo  = antigo + zoico  = vida), que se estenderá até as 22:28 hs e que,  por ter sido tão rico em eventos, teve que ser dividido em 6 períodos bem distintos (veja a Escala acima)...

A atividade vulcânica, no Paleozóico, está bem mais amena, alternando-se períodos de calmaria  com grandes explosões em todo o planeta.

Os primeiros peixes, esponjas, corais e moluscos surgirão ainda no Cambriano, mas teremos que esperar pelo menos 12 minutos (até o Ordoviciano) para vermos as primeiras plantas terrestres.

O clima irá mudar com tanta frequência que provocará sucessivas extinções em massa de espécies recém surgidas. Como agora as espécies passam a apresentar partes duras (conchas, dentes, etc.), algumas delas poderão ser preservadas como fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo por uma outra espécie ainda muito distante.

Finalmente os continentes serão invadidos por insetos... milhões e milhões de diferentes espécies de insetos, alguns dos quais sobreviverão até o fim da nossa viagem.

Fique atento ao período Devoniano (por volta das 21:50 hs) pois uma grande catástrofe ecológica irá dizimar quase 97% de todas as espécies existentes. Passados mais 10 minutos, no Carbonífero, grandes florestas  e pântanos serão formadas e destruídos sucessivamente, formando os depósitos de carvão explorados até hoje.

Às 22:41 hs entraremos na Era Mesozóica (a era dos repteis) que durará pouco menos que uma hora (180 milhões de anos).

No início do Mesozóico iremos assistir à formação de um supercontinente, chamado hoje de Pangea, que será depois dividido em dois grandes continentes que passarão a ser conhecidos como Laurásia, ao norte, e Gonduana, ao sul.

Assistiremos, também, ao surgimento de uma imensa variedade de dinossauros, herbívoros em sua maioria, que  reinarão no planeta durante mais de 160 milhões de anos.

Por volta das 23:39 hs, porém, um meteoro de pelo menos 15 km de diâmetro irá atingir a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de poeira na atmosfera. Uma grande noite irá abater-se sobre o planeta, impedindo a fotossíntese das plantas, que não poderão alimentar os herbívoros, que por sua vez não poderão servir de alimento aos carnívoros...

Pelo menos a metade das espécies existentes irá ser extinta nessa grande catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os mamíferos iniciem o seu reinado, que perdurará até os dias atuais...

Faltando pouco mais que 20 minutos para o fim da nossa viagem entraremos na Era Cenozóica, e assistiremos à fragmentação dos grandes continentes até a conformação atual.

A América do Sul irá separar-se da África, surgindo o Oceano Atlântico Sul; a Austrália será separada da Antártica e a América do Norte irá separar-se da Europa. Grandes cadeias de montanhas serão formadas nessa deriva continental e novos ecossistemas serão formados e isolados dos demais, permitindo a especialização de algumas espécies...

Por volta das 23:59:57 (150.000 anos atrás)  faltando apenas 3 segundos para o término de nossa exaustiva viagem, veremos os primeiros grupos de Homo Sapiens  caçando no continente africano. Essa nova espécie sobreviverá à última glaciação e migrará apressadamente para os demais continentes, sem se incomodar com as características particulares de cada ambiente nem com o delicado equilíbrio conseguido ao longo do tempo.

Dominará todas as outras espécies e até mesmo provocará o desaparecimento de algumas delas, e começará a usar a escrita e, portanto, a fazer História, no último décimo do último segundo...

Se for possível desacelerar a nossa máquina do tempo   nesse décimo de segundo final, talvez até consigamos ver o mais jovem dos mamíferos criar artefatos capazes de destruir tudo e, milagrosamente, lançar-se em direção ao espaço para deixar as suas primeiras pegadas na Lua...  O HOMEM!





Fonte:
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral




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